quarta-feira, 17 de março de 2010

Decepção



Ao longo da caminhada com Cristo temos constatado o crescente número de irmãos que se decepcionaram com a igreja (liderança), com os membros e até mesmo com o próprio Senhor (se é que isso é possível).

O fato é que muitos desses irmãos que se decepcionaram, hoje estão fora do arraial do Senhor, correndo o sério risco de se perderem definitivamente.

Mas, qual a origem de tais decepções?

Por que surgem e nos assaltam de forma, às vezes, tão avassaladora?

Não parece, mas responder às duas simples perguntas acima poderá nos livrar de sermos incluídos no rol daqueles que se encontram prostados na fé. Veja comigo:

Primeiramente, sem qualquer medo de incorrer em erro, podemos afirmar que na grande maioria dos casos, a decepção experimentada foi em função de não vermos satisfeitas as expectativas que geramos em torno de algo. Seja em torno da liderança, seja do ministério, seja da congregação, seja do próprio evangelho que nos apegamos (que muitas vezes nos é apresentado da forma inconveniente) ou ainda, e pior, com o conceito de Deus que formamos em nosso pequeno e limitadíssimo entendimento.

Seja um ou outro motivo, a verdade é que a decepção tem seu nascedouro na nossa expectativa não atendida.

Aqui está o ponto chave de sermos livres da decepção: nossas expectativas!

É fato que criamos expectativas a respeito de tudo que diz respeito às nossas vidas.

Quando começamos um relacionamento, criamos a expectativa do futuro ao lado daquela pessoa, idealizando ser ele/ela o príncipe encantado dos contos de fada. Mas, ao menor sinal da natureza adâmica do "nossso príncipe" ...

E este processo se repete em praticamente todas as áreas de nossas vidas: filhos, igreja, trabalho, vida financeira ... Porque no fundo, no fundo, desejamos que as coisas aconteçam como idealizamos e se não acontecer assim, vamos acumulando um grande estoque de decepções, injustiças e passamos a nos olhar como a pessoa mais frustrada do mundo.

Entretanto, nos esquecemos que as pessoas são falhas (inclusive nós), independentes de quem sejam, do quanto aparentam ser espirituais, do grau de parentesco, da afinidade, da amizade, enfim, perfeito só o Senhor.

Uma oportuna observação: nos sentimos injustiçadas e frustradas com o posicionamento dos outros conosco, mas quanto já decepcionamos? Quanto já frustramos? Quanto já desencorajamos?

Amadas, precisamos entender que a prioridade de Deus é o plano dEle para nós, que muitas vezes não paramos sequer para perguntá-lo qual é. As expectativas que criamos fora deste plano, oriundas do nosso coração humano (ao qual a Palavra de Deus nos diz que é duro e obstinado) é, na maioria das vezes, nossa responsabilidade.

Quanto à igreja, sabemos que é um lugar santificado pelo Senhor, mas formado por pessoas em processo de santificação, cada qual com suas dificuldades e resquícios do pecado que as dominou.

E o que dizer do "evangelho de facilidades" que está sendo difundido de forma desenfreada?

Achamos que ao aderir a este evangelho, estaremos imunizadas de toda e qualquer intempére e que, como num passe de mágica, veremos as coisas acontecerem. Ocorre que, o evangelho genuíno nos garante vitória, sendo a maior delas o direito de morarmos eternamente com o Senhor, mas não nos engana a respeito das adversidades e aflições que poderemos viver por ainda estarmos neste mundo corrompido, que tem como príncipe o próprio satanás (IICor 4:4).

Muitos irmãos têm cometido o terrível engano de lançarem sobre o Senhor a responsabilidade de cumprir todos os seus desejos, pois é assim que entendem que Deus deve agir. A estes só podemos receitar a bíblia.

Sendo assim, precisamos reavaliar nossas expectativas.

Deus te abençoe.
Com carinho, no amor do Salvador.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails